Parestesia por Anestesia Loco-regional da Mandíbula: Quais os fatores predisponentes? – Revisão Narrativa

Comunicação de revisão em medicina oral, por Natielle dos Santos Gonçalves, Beatriz Batalha e João Caramês

Autores
Natielle dos Santos Gonçalves Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Beatriz Batalha Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
João Caramês Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Sala 1, 08/11/2018 (17h50), comunicação nº17 Candidato a prémio

Introdução: A parestesia provocada por um procedimento dentário não cirúrgico está relacionada com a lesão do nervo durante o bloqueio anestésico loco-regional. Nessas situações, a perda de sensibilidade é mais prolongada do que o habitual podendo permanecer por dias, semanas ou tornar-se permanente. A parestesia provocada pelo bloqueio loco-regional mandibular poderá envolver o nervo dentário inferior, o nervo lingual, ou ambos.
Objetivo: Identificar co-fatores associados ao aparecimento de parestesia relacionada com técnica clássica de anestesia loco-regional do nervo dentário inferior.
Materiais e Métodos: Realizou-se uma pesquisa, entre os dias 11/02/2018 e 01/03/2018, na base de dados da Pubmed/MEDLINE com filtro em “humanos” e sem limite temporal. A pesquisa foi feita utilizando as palavras-chave “paresthesia” OR “injury” AND “nerve block” AND “inferior alveolar nerve”. Foram encontrados 151 artigos, dos quais, através do título e resumo, selecionaram-se 10. Dos 10, excluíram-se 3. A pesquisa foi completada com artigos referidos nas referências bibliográficas. No total, recolheram-se 3 artigos de revisão, 3 prospetivos e 4 artigos de estudo retrospetivo.
Resultados: A parestesia do nervo lingual é responsável por 2/3 dos casos, não existindo associação entre sensação de choque elétrico e existência de parestesia. Não existe evidência quanto ao mecanismo exato que desencadeia a parestesia.
Conclusão: Os estudos existentes não são consensuais relativamente aos fatores que estão associados a esta condição. A variabilidade individual é um fator preponderante. São necessários mais estudos que clarifiquem os mecanismos associados ao aparecimento de parestesias de modo a prevenir esta condição.