Comparação de dois tipos de enxertos na elevação do seio maxilar: RCT

Comunicação de investigação em materiais dentários, por Francisco Correia, Sonia Gouveia, Daniel Humberto Pozza, Antonio Campos Felino e Ricardo Faria Almeida

Autores
Francisco Correia Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Sonia Gouveia Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro (IEETA) e Centro de I&D em Matemática e Aplicações (CIDMA), Universidade de Aveiro
Daniel Humberto Pozza Faculdade de Medicina e Faculdade de Nutrição da Universidade do Porto e Universidade Europea de Madrid
Antonio Campos Felino Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Ricardo Faria Almeida Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Sala 1, 08/11/2018 (10h10), comunicação nº3 Candidato a prémio

Introdução
Com disponibilidade óssea limitada no maxilar posterior pode-se regenerar com uma cirurgia de osteotomia lateral do seio maxilar.

Objetivos
Comparação histológicos, histomorfométricos e radiológicos entre autoenxerto e xenoenxerto (Osteobiol Mp3®) na osteotomia lateral do seio maxilar.

Materiais e métodos
Ensaio clínico randomizado controlado de boca dividida com amostra de 12 pacientes, 6 meses de seguimento.
Realizou-se uma TC previa para avaliar a altura óssea inicial, planear a cirurgia de osteotomia bilateral simultânea do seio maxilar e colheita do autoenxerto intraoral.
Após seis meses, realizou-se uma TC para reavaliar a altura óssea, planear a colocação dos implantes e recolheu-se uma amostra óssea.

Resultados
Histologicamente observaram-se vários estágios de remodelação, sem inflamação/infeção. Histomorficamente, a percentagem média de tecido ósseo/conjuntivo foi 57,3%/42,7% vs 56,0%/44,0% (auto vs xeno, p=0,380). Na análise à escala do paciente, não houve dife-renças significativas no desempenho do material (p=0,376). Um efeito significativo do paciente (p<0,029) e da interação paciente*material (p<0,001), indicaram que o desempe-nho do material depende do paciente.
Radiologicamente, observou-se um ganho ósseo de 7,8±2,4mm vs 8,7±2,2mm (auto vs xeno, p<0,05), sem diferenças significativas no desempenho dos materiais ao longo do tempo (p=0,26).

Discussão
O autoenxerto é o padrão-ouro, embora apresente desvantagens que justificam a procura de biomateriais.
Os resultados apontam valores de tecido ósseo/tecido conjuntivo, de ganho de altura óssea e de complicações clínicas semelhante aos descritos na literatura.

Conclusões
Ambos os enxertos apresentam resultados semelhantes nas variáveis estudadas.
Implicações clínicas
O xenoenxerto é uma alternativa clínica válida com menor morbilidade à utilização de autoenxerto.