Diabéticos com bomba de insulina: efeito de dois colutórios nas bactérias orais
Póster de investigação em cariologia, por Ana Sofia Coelho, Anabela Paula, Mário Jorge Silva, Maria Filomena Botelho e Eunice Carrilho
Introdução: A utilização de um agente químico, com capacidade de diminuir a carga bacteriana, apresenta-se como uma estratégia de prevenção plausível para doentes com risco de desenvolvimento de cáries.
Objetivos: Avaliar o efeito de um colutório de clorohexidina e de um enzimático na carga bacteriana oral de doentes diabéticos com bomba de insulina.
Materiais e métodos: Foram incluídos 60 doentes com diabetes tipo 1 com bomba de insulina. Foi realizada a colheita de saliva e biofilme dentário. Constituíram-se 3 grupos: 1 – terapêutica com colutório enzimático; 2 – terapêutica com colutório de clorohexidina; 3 – Controlo negativo. Trinta dias depois foi feita nova recolha de amostras. Realizou-se a quantificação de bactérias totais, Streptococcus spp. e Lactobacillus spp. por qPCR. Assumiu-se um nível de significância de 5%.
Resultados: Não foram encontradas diferenças com significado estatístico relativamente às amostras colhidas antes e após atribuição de grupos.
Discussão: Os resultados estão de acordo com os autores que estudaram as alterações da saliva promovidas por produtos enzimáticos. Embora existam estudos que encontram resultados positivos quanto à utilização da clorohexidina como agente anticariogénico, a variabilidade metodológica e o risco de enviesamento são um obstáculo à comparação de resultados.
Conclusões: Não foram identificadas diferenças na saliva e no biofilme dentário após a utilização de um colutório enzimático ou de clorohexidina.
Implicações clínicas: O colutório enzimático não deverá ser aconselhado como agente anticariogénico. A utilização de clorohexidina como agente anticariogénico deve ser ponderada, uma vez que a evidência científica sobre os benefícios é limitada.