Tratamento endodôntico regenerativo com a utilização de L-PRF®

Comunicação de casos clínicos em endodontia, por Joana Borges Silva, Carolina Borges dos Santos, Inês Jacques, António Ferraz e Paulo Miller

Autores
Joana Borges Silva Instituto Universitário de Ciências da Saúde - CESPU
Carolina Borges dos Santos Instituto Universitário de Ciências da Saúde - CESPU
Inês Jacques Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
António Ferraz Instituto Universitário de Ciências da Saúde - CESPU
Paulo Miller Instituto Universitário de Ciências da Saúde - CESPU
Sala 1, 08/11/2018 (14h50), comunicação nº10 Candidato a prémio

Keywords: Regenerative endodontics; immature root; disinfection; L-prf

Descrição caso clínico: Paciente género feminino, 14 anos apresentando dente 22 com história de trauma e fístula. Saudável, sem antecedentes relevantes. Diagnóstico: necrose pulpar e abcesso apical crónico. Radiograficamente apresenta 22 com ápice imaturo e radiolucência. Indicação: tratamento endodôntico regenerativo. Realizaram-se 2 sessões de tratamento endodôntico. Na 1ª- drenagem do conteúdo purulento, desbridamento de tecido necrótico e colocação de Ca(OH)2. Na 2ª- colheita de sangue da paciente, preparação do protocolo L-PRF® para aplicação endodôntica, selamento com MTA e ionoseal.

Discussão:
Apexificação recorre a Ca(OH)2, ao MTA ou outros materiais biocerâmicos. Tratamentos endodônticos regenerativos (RET) surgem como uma alternativa terapêutica. Estudos mostram que o uso prolongado de Ca(OH)2 em dentes imaturos enfraquece a estrutura radicular. A colocação de uma barreira apical de MTA facilita a obtenção de um selamento apical sem promover o desenvolvimento radicular. Existem vários protocolos de RET. Optou-se por um protocolo RET alternativo ao protocolo convencional. Utilizou-se uma matriz de L-PRF® rica em fibrina, plaquetas e leucócitos que impede a existência de espaços vazios no interior do canal radicular, permitindo a posição correta e proliferação de células tronco com fatores de crescimento, de forma a transportá-las para o local a regenerar, ao contrário da revascularização com indução do coágulo sanguíneo.

Conclusão: Existem vários métodos para realizar tratamento endodôntico em dentes com ápice imaturo. O RET demonstra ser clinicamente eficaz verificando-se o aumento do comprimento, espessura radicular e encerramento apical. Estudos com amostras alargadas e maior tempo de follow up são necessários.