Proteção pulpar direta: Qual é a terapêutica mais efetiva? – revisão sistemática /meta-análise

Comunicação de revisão em dentisteria estética, por Anabela Paula, Carlos Miguel Marto, Marques Ferreira, Maria Filomena Botelho e Eunice Virgínia Carrilho

Autores
Anabela Paula Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Carlos Miguel Marto Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Marques Ferreira Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Maria Filomena Botelho, Eunice Virgínia Carrilho Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Mafalda Laranjo, Siri Paulo, Ana Abrantes, João Casalta-Lopes Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sala 1, 08/11/2018 (16h30), comunicação nº15 Candidato a prémio

Introdução: As terapêuticas de proteção pulpar direta utilizam biomateriais para proteger os tecidos expostos, induzindo a reparação através da formação de uma barreira mineralizada. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia de biomateriais e técnicas através de uma revisão sistemática e meta-análise.
Métodos: A pesquisa da literatura foi efetuada nas bases de dados Pubmed, Cochrane e Embase (1980/01/01 até 2017/08/31). Os estudos que preencheram os critérios de inclusão foram selecionados por dois autores individualmente. A metanálise foi realizada com cimento de agregado trióxido mineral versus cimento de hidróxido de cálcio, cimento de silicato tricálcico versus cimento MTA e sistemas adesivos versus cimento de CaOH, e avaliou-se taxa de sucesso, resposta inflamatória e formação de pontes dentinárias.
Resultados: 46 estudos foram incluídos na revisão sistemática, enquanto 22 estudos foram incluídos na meta-análise. Não houve heterogeneidade significativa entre os estudos. Cimentos MTA mostraram um sucesso significativamente maior do que os cimentos de hidróxido de cálcio (OR=2,72; IC95% [IC]=1,90-3,90; P=0,000). No entanto, quando comparados aos cimentos com silicato tricálcico, não houve diferenças estatisticamente significantes (OR=1,18; IC95% [IC]=0,53-2,65; P=0,672). Os sistemas adesivos mostraram um sucesso significativamente menor do que os cimentos de hidróxido de cálcio (OR=0,062; IC95% [IC]=0,024-0,157; P=0,000).
Conclusões: Os cimentos de MTA apresentam maior taxa de sucesso, com menor resposta inflamatória e formação de barreira dentinária mais previsível do que cimentos com hidróxido de cálcio. Não houve diferenças, nestes parâmetros, entre os cimentos MTA e os cimentos de silicato tricálcico. Os sistemas de adesivos dentários apresentaram as menores taxas de sucesso.