Póster > Investigação > Dentisteria Operatória
Liliana Teixeira
Universidade Fernando Pessoa
Introdução
Indivíduos com consumos abusivos de álcool são grupo de risco para erosão dentária, pela exposição crónica e simultânea a fatores extrínsecos e intrínsecos.
Objectivo
Quantificar a prevalência e gravidade de erosão dentária numa população alcoólica em desintoxicação e determinar os fatores de risco associados.
Material e métodos
Estudo transversal analítico de quantificação de erosão dentária em 300 utentes institucionalizados, em desintoxicação alcoólica, em Unidades de Desabituação da Delegação Regional Norte-IDT. Auto-preenchimento de questionário de características sócio-demográficas, patologias, hábitos de consumo de álcool/drogas e higiene oral. Efetuou-se exame clínico, aplicando-se a abordagem BEWE para análise da erosão. Regressão logística para identificar variáveis/fatores significativamente associadas ao risco de erosão dentária (p=0,05/0,10 inclusão/exclusão).
Resultados
Em 169 indivíduos com erosão quantificada, mediante BEWE, a prevalência de erosão dentária foi 100%; 62,1% categorizados como médio/alto risco. Valor do BEWE cumulativo médio: 10,1±3,56. 83,3% homens, idade média 42,2±8,6 anos. Multivariadamente, o sexo feminino (OR=23,0(IC95%:2,5-212)), e não utilizar colutório (OR=5,6(IC95%:1,7-20)), estão significativamente associadas a risco médio/alto de erosão dentária (p 1 ano) e associa-se a risco de erosão de forma não significativa (p=0,057, OR=3,2(IC95%:0,96-10,7)).
Conclusões
A população em estudo apresenta uma prevalência elevada, com risco médio/alto, de erosão dentária, verificando-se uma associação significativa entre o sexo feminino e o não utilizar colutórios com o risco de erosão dentária.
Implicações clínicas
Análise epidemiológica da erosão dentária pela abordagem BEWE, possibilita quantificar e categorizar o risco individual quanto à perda de tecidos dentários duros.