Fernando Borba de Araújo

Abordagem contemporânea da cárie na infância: aspetos preventivos e terapêuticos

  • Professor titular – Odontopediatria FO.UFRGS – Porto Alegre, RS, Brasil
  • Doutor em Medicina Dentária (FOUSP, São Paulo – SP)
  • Professor do programa de pós-graduação em Medicina Dentária (PPG-ODO – FO.UFRGS)
  • Coordenador do curso de especialização em Odontopediatria da FO.UFRGS – 1985/2017
  • Coordenador curso de especialização em Odontopediatria da UNIABO.RS desde 2012
  • Coordenador do curso de especialização em Odontopediatria do INSTITUTO ZENITH, SC (1a Turma 2018- 2020)
  • Pesquisador Produtividade em Pesquisa do CNPq (2016-2019)
  • Publicou cerca de 120 trabalhos em publicações nacionais e internacionais
  • Ministrou cerca de 500 cursos no Brasil, América, Europa e EUA
  • Mantém clínica privada de atendimento odontológico para bebés, crianças e adolescentes em Porto Alegre, RS desde 1982

Nacionalidade: Brasil

Áreas científicas: Odontopediatria

15 de novembro, de 14h30 às 19h00

Auditório C

Resumo da conferência

Atualmente, a cárie dentária é tratada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença não comunicável (não transmissível, de aspetos comportamentais), que tem a mesma causa de outras doenças, como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. Assim, agindo nos fatores de risco comum, fica mais fácil reduzir um maior número de doenças.

É uma doença multifatorial, de progressão contínua, biofilme-açúcar dependente e que ocorre de forma complexa e dinâmica a partir de um desequilíbrio entre o dente e o biofilme adjacente (Kidd & Fejerskov 2013; Cury & Tenuta, 2009). Se não houver uma alteração nos fatores etiológicos da doença, as lesões incipientes (manchas brancas) irão evoluir para a formação de cavidades, que poderão futuramente comprometer o dente endodonticamente e até acarretar na sua perda.

A deteção precoce das lesões cariosas ativas possibilita uma abordagem terapêutica mais conservadora, viabilizando a paralisação das mesmas e evitando que danos decorrentes do avanço do processo sejam maiores. Além disso, a redução da prevalência de cárie que vem ocorrendo nas últimas décadas na maioria dos países (Gimenez et al. 2016; Bönecker et al. 2010; Dye et al. 2015) é acompanhada da diminuição da velocidade de progressão da doença. Isso reflete-se em maior dificuldade na deteção das lesões (Nyvad et al. 1999). Por outro lado, o prognóstico do tratamento para a maioria dos indivíduos acometidos pela doença nos estágios iniciais é muito melhor.

Diante dessa realidade, a filosofia de mínima intervenção tem-se mostrado como a melhor estratégia de abordagem da doença cárie. Essa filosofia fundamenta-se na deteção e diagnóstico de atividade das lesões cariosas e subsequente identificação dos fatores etiológicos, para a eleição do melhor tratamento e consequente prognóstico ao paciente (Tyas et al. 2000). Serão apresentados aspetos relacionados à abordagem minimamente invasiva da cárie (tanto na doença como nas lesões), as tomadas de decisões clínicas visando o controlo da doença, bem como o monitoramento do processo saúde-doença no indivíduo.