“Crosstalk” neuroimune em doenças gengivais humanas
Póster de investigação em peridodontologia por Ana Filipa Silva Sousa, Inês Guerra Pereira, Meriem Lamghari, Cláudia Ribeiro Machado e António Felino
Introdução: Os tecidos gengivais defendem um espaço vulnerável da barreira oral, contra os microrganismos, o sulco gengival, onde há um equilíbrio constante entre a resposta do hospedeiro e o dano tecidual. Quando há uma desregulação, a homeostase perde-se, desencadeando a gengivite. Tem sido demonstrada a presença de neuropeptídeos na doença gengival e a sua importância na inflamação tecidual.
Objetivos: Investigar o perfil dos sistemas neurogénico e imunológico na doença gengival humana.
Materiais e Métodos: Foram utilizados tecidos gengivais descartados de procedimentos cirúrgicos realizados em pacientes da FMDUP. As amostras foram estudadas em histologia e imunohistoquímica, onde foram realizadas análises histopatológicas e de distribuição das células imunes e fibras nervosas. Para análise estatística foi utilizado 1-way ANOVA test e U Mann- Whitney test, em que p<0,05.
Resultados: A amostra consistiu em 43 tecidos gengivais descartados. Foi observado uma consistência científica do papel imunológico na presença de inflamação (p<0,01) e infeção. Na presença de inflamação, observou-se a diminuição das fibras nervosas sensoriais (p<0,05) e simpáticas, ao contrário do que foi observado em tecidos infetados.
Discussão: O ambiente inflamatório levou a uma diminuição de fibras nervosas. No entanto, na presença de elevados níveis, o número dessas fibras aumentou. A resposta do sistema nervoso à infeção sem inflamação sugere uma ação capacitante do mesmo no controle desta condição.
Conclusões: Diferentes distribuições de células imunes e de fibras nervosas foram observadas nos vários tecidos.
Implicações clínicas: Uma compreensão mais detalhada destes processos poderá fornecer uma base para terapias capazes de reduzir ou prevenir a progressão desta doença.