“Crosstalk” neuroimune em doenças gengivais humanas

Póster de investigação em peridodontologia por Ana Filipa Silva Sousa, Inês Guerra Pereira, Meriem Lamghari, Cláudia Ribeiro Machado e António Felino

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Ana Filipa Silva Sousa Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Inês Guerra Pereira Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Meriem Lamghari
Cláudia Ribeiro Machado
António Felino Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Sala e-Posters, 14 de novembro de 2019, 11h30, póster nº 7 Candidato a prémio

Introdução: Os tecidos gengivais defendem um espaço vulnerável da barreira oral, contra os microrganismos, o sulco gengival, onde há um equilíbrio constante entre a resposta do hospedeiro e o dano tecidual. Quando há uma desregulação, a homeostase perde-se, desencadeando a gengivite. Tem sido demonstrada a presença de neuropeptídeos na doença gengival e a sua importância na inflamação tecidual.

Objetivos: Investigar o perfil dos sistemas neurogénico e imunológico na doença gengival humana.

Materiais e Métodos: Foram utilizados tecidos gengivais descartados de procedimentos cirúrgicos realizados em pacientes da FMDUP. As amostras foram estudadas em histologia e imunohistoquímica, onde foram realizadas análises histopatológicas e de distribuição das células imunes e fibras nervosas. Para análise estatística foi utilizado 1-way ANOVA test e U Mann- Whitney test, em que p<0,05.

Resultados: A amostra consistiu em 43 tecidos gengivais descartados. Foi observado uma consistência científica do papel imunológico na presença de inflamação (p<0,01) e infeção. Na presença de inflamação, observou-se a diminuição das fibras nervosas sensoriais (p<0,05) e simpáticas, ao contrário do que foi observado em tecidos infetados.

Discussão: O ambiente inflamatório levou a uma diminuição de fibras nervosas. No entanto, na presença de elevados níveis, o número dessas fibras aumentou. A resposta do sistema nervoso à infeção sem inflamação sugere uma ação capacitante do mesmo no controle desta condição.

Conclusões: Diferentes distribuições de células imunes e de fibras nervosas foram observadas nos vários tecidos.

Implicações clínicas: Uma compreensão mais detalhada destes processos poderá fornecer uma base para terapias capazes de reduzir ou prevenir a progressão desta doença.