Tratamento minimamente invasivo de defeitos periodontais infraósseos – ensaio clínico piloto randomizado

Comunicação oral de investigação em peridodontologia autoria de Tony Rolo, Isabel Poiares Baptista, Ana Messias, Francisco Caramelo e Sérgio Matos

Autores
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Tony Rolo Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Isabel Poiares Baptista Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Ana Messias Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Francisco Caramelo Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sérgio Matos Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sala 1, 14/11/2019 (15h10), comunicação nº 11 Candidato a prémio

Introdução: Apesar das melhorias clínicas significativas relatadas na regeneração de defeitos periodontais infraósseos (DPI), a estabilidade de substituintes ósseos particulados permanece um problema.

Objetivos: Avaliar a eficácia da combinação de um substituto ósseo sintético com capacidades de ligação (sulfato de cálcio bifásico (BB)) e um xenoenxerto versus desbridamento cirúrgico (OFD), através de uma técnica cirúrgica minimamente invasiva (MIST), no tratamento de DPI.

Materiais e Métodos: Realizou-se um ensaio clínico controlado, randomizado e pragmático, de desenho paralelo. Vinte pacientes apresentando um defeito com componente infraósseo mínimo de 4mm de profundidade e 2mm de largura, foram tratados com MIST e aleatoriamente alocados para regeneração com combinação de BB+xenoenxerto (grupo teste) ou OFD (grupo controlo). Pré-operatoriamente e aos 12 meses pós-operatórios, examinadores cegos avaliaram os parâmetros clínicos periodontais e os níveis ósseos radiográficos marginais. A ocorrência de complicações e a satisfação do paciente com o tratamento e estética foram também avaliados.

Resultados: Ambos os grupos apresentaram melhorias significativas nos parâmetros clínicos e radiográficos aos 12 meses.

Discussão: Na comparação intergrupo, verificou-se uma tendência para um melhor desempenho do tratamento do grupo teste vs grupo controlo, relativamente à média da redução de PPD (4,0±1,25mm vs 3,1±1,37mm) e ao ganho de CAL (3,3±1,06mm vs 2,4±1,06mm), apesar de não atingir diferenças estatisticamente significativas.

Conclusões: Embora sem diferenças significativas, observa-se que a combinação da abordagem MIST com BB+xenoenxerto pode ter um efeito benéfico adicional na redução de PPD e ganho de CAL, nomeadamente em defeitos com morfologia de não contenção.

Implicações clínicas: MIST+BB+xenoenxerto aparenta potenciar positivamente o tratamento de DPI.