Desinfeção de impressões dentárias: um passo seguro, mas temido
Póster de investigação em materiais dentários por Maria João Azevedo, Inês Correia, Álvaro Azevedo, Benedita Sampaio-Maia e Ana Portela
Introdução: O controlo da infeção cruzada na prática clínica é um assunto que requer atenção. Um desinfetante de impressões dentárias deverá preservar a estabilidade dimensional e os detalhes da impressão e do modelo resultante, para obter um resultado clínico preciso.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento sobre desinfeção de impressões dentárias nos técnicos de prótese e médicos-dentistas, assim como avaliar o impacto da lavagem com água e de quatro soluções desinfetantes na estabilidade dimensional das impressões em silicone de adição e alginato.
Materiais e Métodos: Um questionário foi enviado a 1000 dentistas e 320 técnicos de prótese – taxa de resposta de 9,5% e 7,8%, respetivamente. A estabilidade dimensional foi avaliada utilizando um modelo metálico padronizado, de acordo com as especificações ANSI/ADA nº 18 e 19. Foram tomadas 10 impressões para cada um dos protocolos estabelecidos: controlo não lavado, lavagem com água por 30 segundos, imersão por 10 minutos em peróxido de hidrogénio 3%, hipoclorito de sódio 1% e 5,25% e 5 minutos em MD520®.
Resultados: 21,3% dos médicos-dentistas nunca desinfetam as impressões dentárias, sendo o principal motivo o medo de alterações dimensionais (25%). A desinfeção das impressões de silicone de adição e alginato por imersão não afeta significativamente a estabilidade dimensional das impressões (p> 0,05).
Discussão: Neste estudo, não foram observados efeitos nocivos na estabilidade dimensional das impressões dentárias desinfetadas.
Conclusões: É fundamental reforçar entre profissionais de saúde oral que os procedimentos de desinfeção são seguros e cruciais para evitar a contaminação cruzada.
Implicações clínicas: A desinfeção não afeta negativamente a estabilidade dimensional das impressões dentárias.