Domenico Ricucci

Sucesso e fracasso na endodontia. Determinantes biológicos e mecânicos locais

  • Licenciatura em Medicina na “La Sapienza”, Universidade de Roma, em 1982, e licenciatura em Medicina Dentária na mesma universidade, em 1985. Desde então tem mantido a sua prática dentária limitada à endodontia.
  • O seu “primary research” relaciona-se com reações dos tecidos pulpar e periapical a cáries e procedimentos de tratamento, biofilmes nas infeções endodônticas, etiologia da falha do tratamento endodôntico, regeneração e revascularização pulpar.
  • Desde 1998 gere o seu próprio laboratório de histologia e desenvolveu consideráveis capacidades na preparação de tecidos duros para microscopia de luz.
  • Publicou 114 artigos. É autor dos livros e atlas “Patologia e Clínica Endodontica” e “Endodontology. An integrated biological and clinical view”, também traduzido para chinês, russo e japonês.
  • Foi igualmente autor e coautor de 22 capítulos de livros.

Nacionalidade: Itália

Áreas científicas: Endodontia

10 de novembro, de 09h00 às 12h30

Auditório C

Resumo da conferência

Após a penetração da cárie no tecido pulpar, ocorre a sua degeneração em direção apical. As bactérias são frequentemente observadas a formar estruturas complexas, conhecidas como “biofilmes”, aderentes às paredes do canal radicular. Estas estruturas podem ser observadas nos canais laterais e ramificações apicais, e apenas a sua completa eliminação poderá levar ao sucesso endodôntico.

Biópsias tecidulares obtidas a partir de casos fracassados demonstram como a infeção das paredes apicais do canal radicular, ou de estruturas anatómicas complexas, dificilmente podem ser controladas com um tratamento convencional. A presença de bactérias extra-radiculares e o seu possível papel na determinação de fracassos no tratamento do canal radicular será discutido.

A ideia de movimentar um pequeno instrumento através de uma constrição apical com a intenção de prevenir o acúmulo de resíduos e o bloqueio do canal durante a instrumentação canalar, tal como desagregar biofilmes bacterianos na área foraminal, ganhou bastante popularidade entre os clínicos. Tendo por base a observação histológica e histo-bacteriológica de um elevado número de biópsias humanas, serão criticamente analisadas as vantagens e desvantagens deste procedimento.

Na segunda parte, será apresentada uma classificação clínica das fissuras, juntamente com uma explicação dos eventos histológicos e microbiológicos que ocorrem tanto na dentina, bem como no tecido pulpar subjacente localizado sob as fissuras. Discutem-se os aspetos dos diagnósticos das fissuras e ilustram-se as possibilidades de manter a vitalidade pulpar. Através da apresentação de casos clínicos com um longo follow-up, salienta-se como o prognóstico a longo prazo de dentes fissurados não-vitais é questionável, com uma percentagem dos mesmos evoluindo para fraturas verticais radiculares catastróficas.