Conhecimento/atitudes dos responsáveis relativamente ao flúor e à escolha das pastas dentífricas – estudo transversal

Póster de investigação clínica em odontopediatria, não candidato a prémio, autoria de Filipa Barata da Fonseca (autora apresentadora), Cátia Carvalho Silva, Cristina Cardoso Silva e Rita Rodrigues.

Autores
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Filipa Barata da Fonseca Faculdade de Ciências da Saúde Universidade Fernando Pessoa
Cátia Carvalho Silva FP-I3ID, FP-BHS, FCS-UFP
Cristina Cardoso Silva FP-I3ID, FP-BHS, FCS-UFP
Rita Rodrigues FP-I3ID, FP-BHS, FCS-UFP
Não candidato a prémio

Introdução: Na prática clínica diária identifica-se um elevado número de lesões de cárie dentária nas crianças aliada ao desconhecimento dos responsáveis relativamente à causa. Considerou-se oportuno realizar uma investigação científica em que fosse possível identificar os conhecimentos e as atitudes dos responsáveis de um grupo de crianças face ao flúor e às pastas dentífricas.

Este estudo poderá também ser uma mais valia para a medicina dentária preventiva e trazer uma visão geral de um tema que continua a ser relevante na atualidade. Objetivos: Identificar os conhecimentos dos responsáveis face ao flúor e às pastas dentífricas e como isso influencia as suas atitudes.

Materiais e Métodos: Estudo observacional analítico transversal, por aplicação de um questionário online a 325 responsáveis de crianças com idades compreendidas entre os 6 meses e os 6 anos. Foram incluídos os responsáveis com mais de 18 anos. Foram excluídos os responsáveis que não adquirissem pasta dentífrica para a realização da higiene oral dos seus educandos.

O Estudo foi submetido à Comissão de Ética da Universidade Fernando Pessoa e obteve um parecer positivo (Anexo 1). Posteriormente à recolha de informação foi realizado o tratamento estatístico de toda a informação obtida a partir dos questionários através da criação de uma base de dados e utilizando o software IBM® SPSS® Statistics vs. 27.0.

Foram realizados os testes de V de Cramer e Ró de Spearman para averiguar a existência de associação entre os pares de variáveis. Foi ainda usado o teste não paramétrico do Qui-quadrado para testar a dependência das variáveis e foi considerado um nível de significância de 5%.

Resultados: A amostra foi constituída por 325 responsáveis, dos quais 87,4% disseram conhecer a função do flúor. Dos questionados, 56% afirmou levar com regularidade o seu educando ao médico dentista, sendo que 51,1% destes o faziam de 6 em 6 meses.

Relativamente à compra da pasta dentífrica, 50,8% dos responsáveis disse que o fazia de acordo com a “quantidade de flúor indicada para a idade”. Tendo em consideração a concentração/teor em flúor, a grande maioria, 60,9%, referiu ter “sempre” essa preocupação. No que diz respeito à quantidade de pasta dentífrica 72,0% dos responsáveis coloca a quantidade aconselhada. Ao serem questionados sobre a fluorose dentária, 68,9% dos responsáveis desconhecia este termo.

Conclusões: Os responsáveis, apesar de afirmarem ter conhecimentos relativamente ao flúor, revelam o contrário quando questionados sobre a sua utilização na prática diária, nomeadamente no que respeita ao critério de compra da pasta dentífrica e à concentração de flúor. No que diz respeito à quantidade de pasta que colocam na escova, a maioria dos questionados atua corretamente.

Como profissional de saúde, cabe ao médico dentista, instruir e aconselhar os responsáveis, uma vez que está claro na literatura os benefícios dos dentífricos fluoretados para a prevenção da cárie dentária, desde que usados nas quantidades corretas e de forma consciente.

Verificando-se que há uma clara relação entre a regularidade das consultas de medicina dentária e o conhecimento para a utilização do flúor, reveste-se de grande importância aumentar a percentagem de população que tem acesso a cuidados de saúde oral.