Avaliação da regulação emocional, alexitimia e consciência interoceptiva em doentes com disfunção temporomandibular crónica

Póster de investigação clínica em oclusão, não candidato a prémio, autoria de Gonçalo Teiga Leite (autor apresentador), Natália Ferreira, Bruno Macedo de Sousa, Marco António Loureiro, Sérgio A. Carvalho e Maria João Rodrigues.

Autores
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Gonçalo Teiga Leite Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Natália Ferreira Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Bruno Macedo de Sousa Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Marco António Loureiro Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sérgio A. Carvalho Escola de Psicologia e Ciências da Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Maria João Rodrigues Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Não candidato a prémio

Introdução: Os estudos científicos sobre a dor crónica musculoesquelética sugerem a existência de fatores psicológicos de risco, nomeadamente a alexitimia; processos de desregulação emocional; transtornos de atenção.

Também a associação entre a dor crónica de disfunções temporomandibulares (DTM) e fatores psicológicos como depressão, ansiedade e stress tem sido alvo de estudos que apresentam correlação significativa. No entanto, o impacto de processos psicoemocionais como a desregulação emocional, a alexitimia e a consciência interoceptiva, em doentes com dor crónica de disfunção temporomandibular, foi pouco explorado.

Objetivos: Acrescentar conhecimento na área da dor crónica de disfunção temporomandibular e dos processos psicoemocionais – desregulação emocional, a alexitimia e a consciência interoceptiva.

Materiais e Métodos: O estudo caso-controlo (21 indivíduos no grupo de estudo – com DTM, incluindo queixas dolorosas de duração superior a 3 meses – e 18 no grupo controlo – sem sinais e sintomas de disfunção temporomandibular ou histórico de dor crónica) investigou: a associação da disfunção temporomandibular com a regulação emocional, alexitimia e consciência interoceptiva; a correlação entre os sinais e sintomas da DTM com estes processos emocionais.

O processo de diagnóstico utilizou o Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders, três questionários para avaliar os construtos psicológicos: Difficulties in Emotion Regulation Scale, Toronto Alexythimia Scale e Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness e um questionário como variável de confusão: Depression, Anxiety and Stress Scale.

Resultados: A alexitimia, regulação emocional e consciência interoceptiva não foram previsores significativos para o desenvolvimento de disfunção temporomandibular. Também não se verificou correlação entre os processos psicológicos e os sintomas avaliados (intensidade de dor e limitação funcional). Apesar de não haver diferença entre os grupos, o grupo de estudo apresentou pontuações mais elevadas em todos os construtos avaliados.

Além disso, indivíduos com diagnóstico de disfunções dos músculos mastigatórios apresentam tendência de maiores alterações nos construtos psicológicos estudados, quando comparados com doentes com disfunção temporomandibular intra-articular.

Conclusões: Verificou-se que os processos emocionais avaliados não representam um fator preditivo para as disfunções temporomandibulares. Entretanto, o grupo de estudo apresentou pontuações mais elevadas em todos os construtos avaliados. Além disso, o grau de depressão, ansiedade e stress mostraram ser previsores significativos para o desenvolvimento de disfunção temporomandibular.