Atividade antifúngica e citotoxicidade dos extratos de pfaffia paniculata e juglans regia: testes in vitro

Póster de investigação pré-clínica em biologia oral, não candidato a prémio, autoria de Ellen Roberta Lima Bessa (autora apresentadora), Lucas de Paula Ramos e Luciane Dias de Oliveira.

Autores
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Ellen Roberta Lima Bessa Instituto de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Lucas de Paula Ramos Instituto de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Luciane Dias de Oliveira Instituto de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Não candidato a prémio

Introdução: Juglans regia é conhecida popularmente como nogueira, sua composição fitoquímica apresenta um número elevado de moléculas, totalizando 38 constituintes. Dentre a abundância de moléculas, os efeitos biológicos mais verificados são a atividade antioxidante e antitumoral.

Pfaffia paniculata é conhecida por seu potencial anti-helmíntico porém poucos estudos avaliam sua ação antibacteriana. Diante da diversidade de afecções bucais desencadeadas por Candida spp, que acometem desde recém nascidos, pacientes imunossuprimidos, até pacientes que utilizam próteses dentárias aliada a problemática de resistência antifúngica, torna-se importante expandir a verificação dos efeitos biológicos dessas espécies vegetais.

Objetivos: Avaliar a ação antifúngica dos extratos glicólicos de Pfaffia paniculata e Juglans regia sobre cepas de Candida guilhermondii, Candida krusei e Candida tropicalis e verificar a citotoxicidade das espécies vegetais sobre Fibroblastos gengivais humanos (FMM-1). Materiais e Métodos: A análise antifungica utilizou cepas ATCC de C. guilhermondii (ATCC 6260), C. krusei (ATCC 6258) e C. tropicalis (ATCC 13803).

Os testes em culturas planctônicas seguiram o protocolo M27-A2 da CLSI, fornecendo os valores de CIM (Concentração inibitória mínima) e CMM (Concentração microbicida mínima). Para os biofilmes, soluções padronizadas em espectrofotômetro foram distribuídas em placas de 96 poços e incubadas por 48 h. Após, foi aplicado o extrato nas concentrações de 200, 100 e 50 mg/ml por 5 min. Após tratamento foi mensurada a densidade óptica da biomassa dos biofilmes pelo teste de cristal violeta.

Resultados: A citotoxicidade sobre fibroblastos gengivais foi avaliada através do teste de MTT. C. krusei obteve CIM com 25 mg/ml do extrato de J. regia enquanto C. guilhermondii e C. tropicalis obtiveram CIM com 12.5 mg/ml do extrato. A atividade microbicida foi obtida com 25 mg/ml do extrato de J. regia para ambas as espécies. O extrato de P. paniculata promoveu CIM com 50 mg/ml frente a C. guilhermondii e C. tropicalis, já para C. krusei a CIM foi de 100 mg/ml. A CMM foi obtida com 100 mg/ml para todas as espécies.

A biomassa do biofilme de C. guilhermondii obteve redução de 40% com a concentração de 200mg/ml do extrato de P. paniulata e 27% com o extrato de J. regia. C. krusei obteve reduções de 37,5 e 20,4% com os respectivos extratos. Para C. tropicalis a concentração de 200 mg/ml de P. paniculata promoveu redução de 34,3% enquanto J. regia promoveu 30,4% de redução da biomassa do biofilme. As aplicações das concentrações do extrato de P. paniculata resultaram em 59,6 a 65.8% na viabilidade celular dos fibroblastos, enquanto para J. regia a viabilidade variou de 85.1 a 70,4% .

Conclusões: Os extratos de P. paniculata e J. regia demostraram ação antifúngica sobre culturas planctônicas e biofilmes de C. krusei, C. guilhermondii e C. tropicalis e não se mostraram citotóxicos sobre a linhagem de Fibroblastos gengivais humanos (FMM-1), sendo possíveis agentes contra candidoses