Terapêutica sistémica da infeção pelo vírus herpes simples tipo 1 – revisão sistemática
Póster de revisão em patologia oral, candidato a prémio, autoria de Mickaël Rodrigues (autor apresentador), Maria Inês Guimarães, Rafael Soares, Filipa Pinto de Oliveira e Otília Lopes.
Introdução: O vírus HSV-1 é responsável pela infeção oral e perioral mais frequente ao nível dos tecidos moles queratinizados. Nos casos de múltiplas lesões recorrentes e debilitantes e/ou recorrências extensas frequentes recomenda-se uma terapêutica sistémica.
Métodos: Efetuou-se um registo prévio do protocolo para a revisão sistemática na plataforma PROSPERO com ID CRD42022312958 e o trabalho foi realizado seguindo o método PRISMA. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica com artigos científicos publicados em diversas bases de dados eletrónicas. B-on, PubMed, ScienceDirect entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Na pesquisa efetuada incluíram-se artigos em formato de ensaios clínicos, ensaios clínicos randomizados controlados por placebo, revisões sistemáticas, estudos caso-controlo, estudos em população feminina e masculina, artigos integrais, artigos em português, inglês, espanhol e francês que avaliavam antivíricos numa população seropositiva pelo HSV-1.
Foram aplicados como critérios de exclusão doentes oncológicos, transplantados, pacientes seropositivos pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, estudos animais e estudos in-vitro, artigos incompletos e/ou mulheres grávidas. Foram igualmente incluídos na pesquisa, livros sobre a temática e artigos que se encontravam descritos na bibliografia de alguns artigos selecionados.
A pesquisa foi realizada por dois investigadores independentes e as divergências encontradas foram resolvidos por consenso. A avaliação da qualidade metodológica dos ensaios clínicos incluídos nesta revisão foi realizada mediante a utilização da ferramenta da Cochrane RoB 2.0 para ensaios clínicos controlados randomizados.
Resultados: A terapêutica sistémica por via oral durante a fase prodrómica da infeção pelo HSV-1 (primeiras 12 horas) reduz o tempo de cicatrização, a duração do episódio e tempo de cura; o desconforto (resolução da dor); e aumenta o intervalo de tempo de recorrência da lesão. O valaciclovir apresenta resultados positivos em relação aos outros antivirais no que diz respeito ao tempo de recorrência da lesão.
Conclusões: O VCV apresenta-se mais eficaz no que diz respeito ao intervalo de recorrência. Relativamente a propriedades como o tempo de cicatrização, a duração do episódio, tempo de cura e o desconforto (resolução da dor) não é clara a vantagem de um antiviral em detrimento de outros. Apresenta maior eficácia quando usados em doses elevadas e de curta duração, na fase prodrómico da infeção.