A Administração Regional da Saúde do Norte celebrou um protocolo com a Câmara Municipal de Arouca, na passada quarta-feira, 4 de outubro, para a disponibilização de consultas de medicina dentária no Centro de Saúde de Arouca, que serve mais de 22.400 utentes inscritos. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, esteve presente na cerimónia e lembrou que o ministério pretende “repor a saúde oral no centro do sistema, como uma das prioridades do SNS, e ela veio para ficar”. O responsável referiu que com o projeto-piloto se repara “uma injustiça” cometida pelo Serviço Nacional de Saúde, em que “a saúde oral esteve muitos anos esquecida”. Por outro lado, destacou a relevância do cheque-dentista para grupos populacionais, como as crianças, idosos e grávidas.

A OMD esteve presente no evento, representada pelo vice-presidente do Conselho Diretivo, Pedro Pires que realçou o facto de a ausência de consultas de saúde oral no SNS representar uma “enorme injustiça para com a população portuguesa”, nomeadamente quem “não tem possibilidade de aceder a cuidados de saúde privados”. Para o responsável, esta nova estratégia política vem dar resposta a este problema e recuperar o atraso de Portugal em relação a outras nações europeias, uma vez que, recordou, o país tem um “elevado número de desdentados parciais ou totais”.

Na assinatura do protocolo, a Direção-Geral da Saúde divulgou os últimos dados sobre o projeto-piloto de inserção de medicina dentária nos cuidados primários, assim como os próximos desenvolvimentos desta experiência. A DGS indicou que as primeiras 13 unidades de saúde aderentes ao projeto receberam 16.760 utentes e realizaram 25.640 consultas de medicina dentária, que deram origem a 28.900 tratamentos básicos e 20.270 procedimentos complementares. Se no balanço forem incluídos os 11 centros de saúde da segunda fase do processo, a contabilidade total sobre para 56.824 consultas e 32.882 utentes atendidos até 30 de setembro.

Até ao final do ano, o Governo prevê concluir a terceira fase do projeto, que englobará mais 34 unidades de cuidados primários: Alfândega da Fé, Algueirão, Bragança, Cacém (Olival), Carnide, Carrazeda de Ansiães, Carregal do Sal, Castelo Branco (Izeda), Macedo de Cavaleiros, Matosinhos (Leça), Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Monte Pedral, Moscavide, Odivelas, Ovar, Paço de Arcos, Portimão, Porto (Aldoar, Barão de Nova Sintra e São João), Póvoa de Santo Adrião, Queluz, Santa Comba Dão, São João da Talha, Santo António de Cavaleiros, Tavira, Torre de Moncorvo, Torre de Dona Chama, Vila Flor, Vimioso, Vinhais e Vouzela. Desta forma, alcançará a meta estabelecida para 2017: disponibilizar consultas de medicina dentária em 59 centros de saúde, de norte a sul do país.