A divulgação recente do estudo “Diagnóstico aos profissionais de medicina dentária” constitui uma ferramenta de grande importância para a profissão e, enquanto profissionais, para cada um de nós.

Teve um enorme eco em toda a comunicação social, o que por si é já um aspeto de chamada de atenção para a importância da medicina dentária.

A realização por parte da OMD deste tipo de inquéritos, com perspetivas diversas de análise do setor, do público em geral, aos próprios médicos dentistas, universidades e agências reguladoras, entre outras, disponibiliza um GPS para orientação no processo de tomada de decisões a que cada um de nós, como médicos dentistas, estamos envolvidos no dia-a-dia.

Os nossos processos decisórios, como profissionais autónomos, independentes, com direitos e deveres, devem levar em linha de conta as circunstâncias envolventes. Mas, mais que isso, devem considerar a nossa capacidade individual de as modificar.

Esta é a essência da perspetiva que um profissional liberal, inscrito numa ordem profissional, numa profissão socialmente regulada, como é a medicina dentária, deve sempre ter presente: a nossa capacidade de modificar, de alterar as circunstâncias envolventes.

As conclusões mostram que os primeiros efeitos da ligeira retoma da economia portuguesa começam a ter impacto nos consultórios e clínicas de medicina dentária.

No relato de 39,2% dos inquiridos, o número de consultas manteve-se estável no último ano, tendo 14,1% indicado uma diminuição de doentes. Ainda assim, há 46% de médicos dentistas que afirmam ter registado um aumento de doentes nos consultórios, sendo que em 75% destes casos houve um aumento superior a 11%.

A nova esperança para 2017 é que esta tendência se mantenha e se consolide, para que a procura de cuidados de saúde oral, a melhoria do estado de saúde das populações e o rendimento dos médicos dentistas, tão afetados que foram pela crise, se elevem a patamares compatíveis com uma profissão tão exigente como é a nossa.

Uma vez mais concluem os médicos dentistas, cerca de 2.000 que responderam ao inquérito tornando-o estatisticamente válido, que os principais fatores de escolha e fidelização dos doentes referidos são a confiança, a recomendação de amigos e familiares, e a competência técnica e clínica do profissional.

Estão contidos nestes três conceitos grande parte daquilo que é essencial.

As diversas áreas em que o estudo está dividido – perceções genéricas sobre a profissão, oferta de medicina dentária, estrutura consultórios e clínicas, procura por serviços de medicina dentária, consultas e outras tarefas e preços e honorários -, ajudam cada um de nós, após uma necessária leitura atenta, a posicionar-se, a orientar-se com a ajuda deste precioso GPS que é o Observatório da Saúde Oral da Ordem dos Médicos Dentistas, onde este estudo está disponível para consulta de todos. Como bastonário e médico dentista que gosta da sua profissão aconselho que consultem o estudo em www.omd.pt/diagnostico-medicina-dentaria.

Um ano novo temos pela frente.

Com ele, uma nova esperança, uma projeção de expectativas, sonhos e projetos pessoais e profissionais. Desejo a todos que sejam cumpridas e que tenham um excelente 2017!

P.S.: Não posso deixar de expressar aqui uma reflexão a propósito do falecimento recente do Senhor Professor Martins dos Santos, Presidente da Direção da Egas Moniz, Cooperativa de Ensino Superior. O Professor Martins dos Santos era um homem de grande competência, de um trato superior e, sobretudo, prestou um enorme contributo ao desenvolvimento da medicina dentária pelas funções que exerceu ao longo dos últimos anos na Egas Moniz. Era também um amigo que muito considerava a OMD. Vai fazer muita falta. Aos dirigentes da cooperativa, aos cooperantes, docentes, alunos e funcionários, expresso em nome da OMD as nossas condolências, o nosso respeito e a certeza que a instituição saberá ultrapassar esta enorme perda.

O bastonário

Orlando Monteiro da Silva

 

Artigo originalmente publicado na Revista OMD nº32.