Já em 1963, ano em que nasci, Bob Dylan referia no refrão da canção que se viria a tornar um verdadeiro hino, “ (…) os tempos estão a mudar (…) ”

Estavam com certeza, talvez então mais do ponto de vista da sociologia, dos costumes, dos comportamentos…

Então, como agora, os tempos continuam a mudar…

Vivemos atualmente uma época de profundas alterações, introduzidas essencialmente pela globalização em curso, pelo aparecimento da internet e das novas tecnologias da comunicação e informação.

O refrão de Bob Dylan é, assim, mais atual do que nunca, talvez como o próprio nunca teria imaginado quando o escreveu há mais de 50 anos…

Do comércio, à finança, passando pela economia e, é claro, pelo mundo do trabalho, nada ficou na mesma.

As profissões qualificadas não têm obviamente escapado a esta realidade.

Na Europa, a visão idílica, lírica até, ideológica sobretudo, que tem sido cultivada a nível político nos últimos anos, de desregulação, No regulation, das profissões qualificadas, justificada por um suposta defesa do interesse do consumidor, tem vindo a ser ultimamente substituída, por força das circunstâncias e dos efeitos colaterais que está a provocar, por uma aproximação centrada numa melhor regulação, Better regulation…

No caso da saúde, da medicina dentária em particular, é o interesse geral, a segurança do consumidor, a saúde pública, a qualidade dos serviços prestados que o impõem de forma crescente.

400px-omd-revista-31-v2.jpgAs diversas entidades reguladoras na área da saúde em Portugal têm tido muita dificuldade em coordenar-se, por forma a estabelecer normas de regulação integradas, compatíveis entre si e que protejam o interesse global. Melhor regulação em suma.

As ordens profissionais, despojadas de há muito e gradualmente de qualquer tipo de intervenção direta nos numerus clausus, na monitorização da qualidade do ensino, na regulação económica (ex: tabelas de valores máximos e mínimos), na vertente sindical (relações laborais dos seus membros) e confinadas que têm sido em toda a Europa, com Portugal na 1ª linha, à regulação de vertentes ligadas ao exercício da profissão, registo dos profissionais, ética e deontologia, tratamento de queixas dos destinatários dos serviços, formação contínua, boas práticas e qualidade, especialidades e competências profissionais, de entre outras, não detêm per si os poderes de intervenção em diversas áreas regulatórias como referi.

A Ordem dos Médicos Dentistas é exemplar na regulação dos aspetos da profissão que de si apenas dependem.

É, de igual forma, uma referência amplamente reconhecida na articulação com outras entidades reguladoras em matérias de corregulação transversal.

Agora, é fundamental que as restantes entidades reguladoras estejam também à altura das suas responsabilidades, com impacto na medicina dentária e que apenas a elas foram atribuídas.

Tempos muito diferentes…

Vivemos exaltantes tempos em que é fundamental cultivar a esperança, o otimismo, a alegria…

Tempos em que é mais importante que nunca que os médicos dentistas estejam animados de um elevado sentido de ética, de responsabilidade, de verdade.

Tempos em que detemos como médicos dentistas, liberdade de escolha, como adultos, educados, formados e capazes de tomar decisões.

Decisões que, numa sociedade livre, democrática, aberta, plural, só cada um de nós pode tomar e assumir individualmente.

Num tempo também diferente, há 25 anos, nascia o nosso Congresso.

Só para termos uma referência, também há cerca de 25 anos, aparecia o primeiro website público na internet…

O Congresso da Ordem é uma estória de sucesso. De progressão. De superação. De alegria, de resiliência.

De qualidade. De envolvimento da profissão e dos médicos dentistas.

De trabalho em equipa. Das várias equipas da OMD.

Exaltemos a excelência!

Estamos todos de parabéns pela XXV edição!