O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esteve presente na sessão de abertura e anunciou que a carreira do farmacêutico hospitalar, reivindicada há mais de 20 anos, não avançará este ano por falta de verba orçamental.

No discurso proferido na sessão solene do Dia do Farmacêutico, o ministro da Saúde anunciou que o estatuto da carreira de farmacêutico hospitalar começará a ser discutido no final de 2017/ 2018.

Questionado sobre o motivo para não avançar este ano, Adalberto Campos Fernandes, afirmou tratar-se de “uma questão de responsabilidade política”, relacionada com a intenção de acabar o ano “com boas contas”. O ministro comprometeu-se a iniciar o debate desta questão “logo que seja possível”.

A Ordem dos Farmacêuticos, que reivindica a criação desta carreira há mais de duas décadas, referiu que este processo tem “um impacto orçamental nulo”, pois estão em causa 1100 farmacêuticos. A bastonária Ana Paula Martins lembrou ainda que a criação desta carreira irá assegurar “a continuidade do papel do farmacêutico hospitalar para a segurança dos doentes e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“A carreira é um percurso, como é para os médicos e enfermeiros, no SNS. Garante que durante quatro anos os farmacêuticos são treinados para, por exemplo, nos serviços de oncologia, não só na preparação, como na validação do que é prescrito e nas reações adversas detetadas, os farmacêuticos conseguem garantir essa segurança”, esclareceu a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, em declarações à imprensa.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD, esteve presente na cerimónia do Dia do Farmacêutico, que decorreu a 26 de setembro, no Teatro Thalia, em Lisboa, bem como os bastonários da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Médicos Veterinários e outras entidades do setor da saúde e académico.