A cerimónia de abertura do XXII Congresso da OMD, a 22 de novembro, em Lisboa, contou com diversas intervenções que refletiram sobre os desafios da medicina dentária em Portugal.

A seguir às fotografias, assista ao vídeo completo dessas intervenções com Jaime Alberich Mota, presidente da Comissão Organizadora do XXII Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Francisco George, director-geral da Saúde, Luís Campos Ferreira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e de Paulo Macedo, ministro da Saúde.

 

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Auditório onde decorreu a cerimónia de abertura do Congresso.

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Jaime Alberich Mota, presidente da Comissão Organizadora do XXII Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas.

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Mesa de honra da cerimónia de abertura do Congresso. Da esquerda para a direita: Ricardo Faria e Almeida, presidente da Comissão Científica da OMD, Ana Cristina Mano Azul, presidente do Conselho Fiscal da OMD, João Caramês, presidente da Mesa da Assembleia Geral da OMD, Paulo Macedo, ministro da Saúde, Luís Campos Ferreira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral da OMD, José Frias Bulhosa, membro do Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD, e Jaime Alberich Mota, presidente da Comissão Organizadora do XXII Congresso da OMD.

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Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

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Francisco George, director-geral da Saúde, recebeu do bastonário a placa de reconhecimento da Ordem dos Médicos Dentistas.

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Francisco George, director-geral da Saúde.

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Luís Campos Ferreira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

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“Para terminar, uma última palavra de que a saúde tem confiança nos médicos dentistas e entendemos que os portugueses têm razões de orgulho da qualidade dos seus médicos dentistas.”, afirmou Paulo Macedo, ministro da Saúde.

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Transcrição do discurso Ministro da Saúde

É com natural satisfação que, mais uma vez, a convite do Senhor Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, estou a participar nesta cerimónia de abertura do seu congresso. Uma cerimónia significativa de um congresso onde passam milhares de profissionais e onde se debatem os interesses e os aspectos principais da profissão.

Queria começar por referir que entendo que os médicos dentistas são um grupo de profissionais de elevada qualidade, com vontade de trabalhar para a melhoria do estado de saúde das populações e com reconhecido mérito internacional. Naturalmente destaco o trabalho que foi feito pelo Senhor Bastonário, Dr. Orlando Monteiro da Silva, enquanto presidente da Federação Dentária Internacional.

Mas, destaco ainda a forte presença dos países de expressão portuguesa que aqui estão representados e congratulo-me pelo incentivo dado pela Ordem dos Médicos Dentistas portuguesa para a criação das associações dentárias de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

400px-ministroHoje todos reconhecemos que a colaboração entre o Ministério e a Ordem dos Médicos Dentistas tem tido resultados positivos, fruto de um processo de concertação de projetos visíveis e escrutináveis, não só para o Ministério da Saúde mas também para os médicos dentistas e, acima de tudo, para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, com especial destaque quer para os mais novos quer para os mais idosos.

Nos últimos seis anos foi possível a mais de 1,5 milhões de utentes do Serviço Nacional de Saúde receberem cuidados básicos de saúde oral, no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, através da emissão e disponibilização de mais de 2,5 milhões de cheques-dentistas. Mais de 1,8 milhões de cheques foram utilizados, proporcionando às pessoas abrangidas a oportunidade de beneficiarem de uma intervenção preventiva ou de tratamentos dentários. O Programa de Promoção de Saúde Oral, com um custo superior a 16 milhões de euros está vocacionado para grupos bem identificados, também, como os mais jovens, idosos, doentes com HIV e grávidas. Foi possível concretizá-lo porque 3 mil dentistas decidiram aderir espontaneamente ao programa e disponibilizaram os seus saberes e competências através de um processo de prestação de serviços que a população reconhece.

O processo de referenciação está enquadrado por normas e documentos reguladores. O cumprimento das regras que os profissionais envolvidos aceitaram cumprir, nomeadamente as incluídas na carta de compromisso que os médicos dentistas assinaram, estabelecendo com os serviços públicos uma relação contratual inequívoca deverá, como todos sabemos, ser cada vez mais rigoroso. O Programa de Saúde Oral não tem perdido de vista o desejo do Ministério da Saúde em ver aumentada a acessibilidade da população portuguesa a cuidados de saúde oral a qual tem que ser feita de forma sustentada e eficiente. É neste enquadramento que se insere o recente alargamento da atribuição de cheques-dentistas aos jovens com 15 anos de idade. Passamos a ter mais de 50 mil consultas no programa de prevenção dirigido a jovens e a ter mais 5 mil consultas para rastreio do cancro oral, em doentes identificados como sendo de risco. Com essa medida, concluiremos o principal ciclo de intervenções resultantes de iniciativas dos serviços públicos de prestações de cuidados de saúde na promoção da saúde oral e na prevenção da cárie dentária, sendo um compromisso e responsabilidade dos médicos dentistas assegurarem que os adolescentes portugueses abrangidos pelo programa terão os dentes molares permanentes e pré-molares tratados ou eficazmente protegidos. É que os seus saberes e competências neste âmbito lhe poderão assegurar a manutenção de uma boa saúde oral durante toda a vida.

Por experiência adquirida até agora, vamos continuar a desenvolver processos de colaboração mútua. Que possibilidades temos de avançar nesta área da saúde oral. Estará para muito breve o arranque da intervenção precoce do cancro oral. O cancro oral é o sexto mais mortífero em Portugal mas se for tratado na fase inicial tem índices de sobrevivência com qualidade muito elevados. Por isso, já no início do ano devemos avançar com o programa de rastreio do cancro oral.

A propósito do alargamento da vigilância oral até aos 15 anos e da implementação do programa de rastreio do cancro oral, devo salientar aqui a postura de parceria da Ordem dos Médicos Dentistas com o esforço que foi pedido a todos.

Senhor Bastonário, senhores médicos dentistas, no presente já não restam dúvidas a ninguém sobre a dimensão deste nosso desafio coletivo e de cuidar da saúde oral dos portugueses pela dinâmica adquirida, pela concretização efetiva dos seus objetivos, pelo impacto na qualidade de vida e na saúde dos seus beneficiários.

Minhas senhoras e meus senhores, a procura contínua da excelência deverá nortear o nosso esforço coletivo, na procura de consolidação dos notáveis indicadores de saúde oral, já referidos e atualmente patenteados pela população infantil e juvenil do nosso país. É um prazer constatar que Portugal tem um vasto conjunto de profissionais da área da medicina dentária que colaboram com os serviços públicos, de forma competente e dedicada no desenvolvimento de uma estratégia que se está a revelar adequada e eficaz, como aqui foi referido.

Em termos internos, mas também no âmbito do turismo de saúde, continuaremos a contar convosco. Continuaremos a dialogar construtivamente com os representantes dos médicos dentistas, sendo que nesta postura que assumimos com todos os organismos profissionais, representantes de utentes ou das suas famílias, doentes e agentes económicos, é essencial compreensão por todas as partes envolvidas que a vontade tem de ser de zelar pelo interesse público e aceitar que os objectivos particulares ou privados também têm de se conformar com as necessidades e capacidades de comunidade e do País. Mas, como mostramos recentemente é, de facto, possível fazer mais.

Para terminar, uma última palavra de que a saúde tem confiança nos médicos dentistas e entendemos que os portugueses têm razões de orgulho da qualidade dos seus médicos dentistas.

Obrigado, um bom trabalho.