O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas terminou sexta-feira, 30 de agosto, o seu mandato de dois anos como presidente da Federação Dentária Internacional (FDI).

Durante três anos, Orlando Monteiro da Silva representou, nas instâncias internacionais, mais de 1 milhão de médicos dentistas de 140 associações dentárias e cerca de 60 grupos de especialistas de todo o mundo.

Foi a primeira vez que um português assumiu a presidência da FDI, a organização internacional mais importante da medicina dentária. Foi também o mais jovem presidente da história da FDI, organização centenária fundada em 1900.

Nos últimos três anos, Orlando Monteiro da Silva visitou mais de 30 países e participou em inúmeras iniciativas de promoção da saúde oral.

Orlando Monteiro da Silva sublinha que “90% da população mundial sofre de cáries ou doenças das gengivas e há países onde os cuidados de saúde oral abrangem uma percentagem mínima da população. A maioria destes últimos países situa-se em África e onde a estratégia aprovada pela FDI no final ano passado possibilitará a abordagem faseada no continente de uma visão integrada da saúde oral na saúde em geral. Moçambique e Guiné Bissau fazem parte do grupo de países contempladas nesta primeira abordagem.”

Como presidente da FDI, Orlando Monteiro da Silva salienta ainda “a aprovação do documento Visão 2020 que perspetiva a saúde oral e o seu papel na promoção da saúde em geral. Durante demasiado tempo a saúde oral não foi vista como parte integrante da saúde em geral, e hoje é a própria OMS – Organização Mundial da Saúde a reconhecer que as duas são indissociáveis.

A saúde oral é determinante na evolução de doenças cardiovasculares, a diabetes ou o cancro, e por isso é essencial que seja implementada uma abordagem geral no tratamento dos doentes que inclua a saúde oral. Este passo está dado e é essencial que agora tenha continuidade, de forma a garantir que em 2020 a visão da FDI e da OMS estará totalmente implementada.”

Por fim, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas refere que “é também com orgulho que conseguimos dar à volta à situação financeira da FDI que apresenta lucros depois de vários anos de prejuízos. Houve um esforço conjunto para cortar nos gastos supérfluos e fazer o melhor uso possível das verbas disponíveis. Foi muito interessante como português desempenhar esta tarefa e constatar que muitas vezes o que é preciso é conversar, diplomacia, verificando que com os contributos de todos é efetivamente possível fazer mais com menos dinheiro”.