O ministro da Saúde participou na comemoração do Dia Mundial da Saúde Oral, assinalada a 20 de março, com uma conferência realizada em Lisboa (consultar fotogaleria ou ver intervenção do ministro da Saúde). Ainda recentemente, Paulo Macedo realizou uma reunião de trabalho na Ordem dos Médicos Dentistas, onde foram debatidas questões pertinentes para a saúde oral e para os profissionais da medicina dentária.

Paulo Macedo anunciou, esta quarta-feira, a intenção da tutela avançar com um programa de rastreio do cancro oral, doença que mata anualmente 500 portugueses. Segundo o ministro, a Direção Geral da Saúde e a OMD estão empenhadas em encontrar a melhor forma de concretizar esse programa que passa, nomeadamente, pela realização de biópsias.

Segundo o diretor-geral da Saúde, Francisco George, serão necessárias 5.000 biopsias anuais, a realizar nos consultórios dos médicos dentistas e posteriormente analisadas laboratorialmente.

Durante a conferência, o cancro oral foi uma das problemáticas analisadas, com o médico dentista Pedro Trancoso a revelar números preocupantes deste carcinoma que tem no homem uma taxa de incidência quatro vezes superior à da mulher.

Com mais de mil novos casos por ano, este cancro é o sexto tumor maligno mais comum nos homens em Portugal e, dos doentes que afeta, cerca de metade morrerá nos cinco anos seguintes ao seu diagnóstico.

Apesar de inicialmente atingir indivíduos a partir dos 50 anos, este cancro atinge hoje cada vez mais pessoas a partir dos 40 anos.

150px-cancro-oral“Há um aumento em indivíduos mais jovens e também uma maior incidência nas mulheres, o que se pode dever a um início precoce do consumo do álcool e tabaco, à redução da qualidade da dieta alimentar e, logo, a uma menor ingestão de legumes e frutas, assim como a alterações de comportamentos sexuais, com a transmissão do Vírus do Papiloma Humano”.

O médico dentista lembrou que o cancro da cavidade oral mata desta forma, porque “é diagnosticado tardiamente”, defendendo a observação da boca por quem não faz outra coisa: os médicos dentistas.

Para Pedro Trancoso, estes profissionais têm a capacidade e o conhecimento para efetuarem as biópsias, informação que Orlando Monteiro da Silva corroborou.

A Ordem dos Médicos Dentistas disponibiliza online folhetos educativos que abordam, através de linguagem acessível a não profissionais, diversos temas da saúde oral. Um deles trata apenas o cancro oral (pdf).

 

CHEQUE DENTISTA

O ministro da Saúde anunciou a intenção de alargar a distribuição de cheques dentista a mais pessoas, com o mesmo dinheiro, e de avançar com um programa de rastreio ao cancro oral, assim que exista financiamento para este.

O governante disse ser sua intenção estender a entrega dos cheques dentista a mais população, dentro do valor disponível, pois a tutela não dispõe de mais verba para este alargamento, pelo que está a negociar com a OMD a viabilidade desta extensão.

Ao seu lado, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, disse que o organismo que dirige “vai ser parte da solução e do esforço”, para que o cheque dentista chegue a mais pessoas.

Orlando Monteiro da Silva explicou aos jornalistas que este alargamento poderá ser possível, graças à evolução positiva registada nos últimos anos na saúde oral das crianças, o que poderá permitir que, pelo mesmo dinheiro, se consiga mais tratamentos. “Não é a mesma coisa nem custa o mesmo dinheiro tratar uma criança com sete cáries e outra com menos problemas”, disse.

Com uma verba de 16 milhões de euros para 2013, a distribuição de cheques dentista foi retomada no início de janeiro, depois de ter estado suspensa cerca de dois meses, destinando-se a crianças em idade escolar, grávidas, idosos e doentes com VIH/sida.

Dados hoje divulgados na cerimónia do Dia Mundial de Saúde Oral revelam que, em cinco anos, foram realizados 4.791.623 tratamentos através de cheques dentista. Só em 2012, foram efetuados, por esta via, 1.272.265 tratamentos.

 

Vídeo comemorativo do Dia Mundial da Saúde Oral:

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