Os dados da Organização Mundial de Saúde mostram que 90% da população mundial sofre de doenças da boca, sendo a mais comum a cárie dentária e a doença periodontal (osso e gengivas). Em Portugal, este problema assume particular gravidade dado que durante muitas décadas a saúde oral não esteve acessível a toda a população, fazendo com que hoje uma elevada percentagem da população com mais de 65 anos sofra de doenças da boca.

Entre os problemas mais comuns, que surgem com a idade, estão as cáries, a doença periodontal, que afeta as gengivas, a perda de dentes, o cancro oral e a dor crânio-facial.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas refere que “são doenças que condicionam e muito a vida dos doentes e podem levar ao aparecimento de outras doenças pois muitos doentes têm dificuldades em ingerir determinados alimentos, limitando a ingestão de nutrientes essenciais à saúde”.

Orlando Monteiro da Silva considera que “é essencial promover a saúde oral junto dos mais idosos, a saúde oral não pode ser vista apenas como uma questão estética. A taxa de mortalidade do cancro oral é enorme, sobretudo porque é dos cancros mais fáceis de detetar e que quando detectado precocemente é curável”.

O dirigente lembra que “os beneficiários do complemento solidário para idosos podem dirigir-se ao centro de saúde e solicitar junto do médico de família apoio para a consulta de medicina dentária, mediante a integração no Plano Nacional de Promoção da Saúde Oral, o chamado cheque-dentista. Desde que o programa foi criado já foram utilizados mais de 30 mil cheques-dentista por pessoas com 65 anos ou mais, mas são números que podem crescer e melhorar as condições de vida de milhares de portugueses” .

Este ano, o Dia Mundial da Saúde é dedicado ao “Envelhecimento e Saúde”. O tema foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e chama a atenção para o aumento da idade média da população mundial, prevendo-se que o número de pessoas com mais de 60 anos triplique entre 2000 e 2050.

Promover um envelhecimento saudável e ativo é um dos objetivos da OMS e para isso é essencial a aposta na prevenção das doenças que maiores condicionantes podem impor à qualidade de vida dos pacientes.