Ao celebrar-se o dia Mundial do Combate ao Cancro importa vincar o papel do médico dentista no diagnóstico precoce desta patologia.

 

O cancro da cavidade oral e faringe é o 6º mais comum no mundo. Está fortemente associado ao consumo de tabaco e álcool e a um baixo consumo de frutas e vegetais frescos.

 

Observa-se também uma alteração no perfil do doente com cancro oral. A incidência é maior em homens acima da 6ª década de vida no entanto hoje em dia o número de mulheres diagnosticadas com cancro oral tem crescido bem como se verifica uma aumento da incidência nas 3ª e 4ª décadas de vida. Estes números poderão ser explicados pelas alterações nos padrões de consumo de tabaco e álcool verificados nas ultimas décadas associado a um estilo de vida menos saudável, nomeadamente no que diz respeito ao consumo de frutas e vegetais frescos.

 

O cancro oral mata!

 

A taxa de mortalidade elevada, inferior a 50% a 5 anos, está fortemente associada a um atraso no diagnóstico dos tumores malignos da cavidade oral. O diagnóstico precoce é o principal factor de sucesso no tratamento precoce do cancro oral.

 

Os médicos dentistas encontram-se em posição privilegiada para contribuírem para a redução da taxa de mortalidade por várias razões:

 

1 – São profissionais treinados na prevenção, diagnóstico e tratamento da patologia da cavidade oral

2 – Trabalham nas condições ideais para se executar um exame clínico da cavidade oral, nomeadamente por meio da excelente iluminação proporcionada pela equipa dentária

3 – Na presença de lesões suspeitas são profissionais treinados para a execução do procedimento cirúrgico indicado para o correcto diagnóstico da lesão: a biopsia oral.

 

O exame clínico para despiste de lesões suspeitas é rápido e indolor e deve fazer parte integrante da consulta de medicina dentária.

 

Pedro Ferreira Trancoso

 

Médico dentista

Membro suplente do Conselho Directivo da OMD