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As agenesias dentárias podem causar modificações na erupção e na forma dos dentes adjacentes, além de poderem gerar más oclusões que potenciam danos estéticos e funcionais. Os estudos apresentam uma prevalência que varia entre 0,3 e 36,5% e a sua expressão pode variar desde a falta de uma só peça dentária até à ausência de toda a dentição. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, 16 anos, com agenesia dos incisivos laterais maxilares. Após realização do exame clínico, fotográfico e radiográfico (ortopantomografia, TC, retroalveolar) optou-se por correção ortodôntica e reabilitação implanto-suportada. Recorreu-se ao tratamento ortodôntico para aumentar o espaço na região dos incisivos laterais possibilitando posteriormente a colocação de um implante na região do incisivo lateral maxilar direito (1.2) e outro na região do incisivo lateral maxilar esquerdo (2.2). Na segunda fase cirúrgica procedeu-se a “cirurgia de envelope” com o objetivo de aumentar o volume do rebordo vestibular reabilitando-se, por fim, com coroas implanto-suportadas. Ao fim de 12 anos de follow-up, a paciente encontra-se com um resultado clínico, estético e funcional dentro dos parâmetros desejáveis. Discussão: Segundo a literatura atual, em casos de agenesias nas regiões estéticas com existência de diastemas deve restabelecer-se a harmonia de número devolvendo ao paciente a função e a estética. No presente caso clínico foi possível restituir à paciente o número de peças dentárias através do recurso às diferentes especialidades. A correta técnica cirúrgica assim como uma manutenção do periodonto adequada revelam-se cruciais para um bom prognóstico a longo prazo na região estética. Conclusão: Nos casos de agenesias em que as condições clínicas o permitirem, deve optar-se por restabelecer as peças dentárias ausentes. O estudo pré-operatório e a planificação do tratamento é essencial para o sucesso desta opção de tratamento.