Lesões ósseas radiopacas associadas a dentes vitais: osteíte condensante/osteomielite esclerosante focal

Póster > Investigação > Patologia Oral

Hall dos posters – 8 novembro, 17h30-19h00 – Ordem nº

Introdução

A osteíte condensante é definida como reacção focal óssea com crescimento ósseo devido a um estímulo inflamatório ou a trauma de baixa intensidade mantido. Clinicamente, a lesão é frequente em adultos jovens, dentes mandibulares e assintomática. Radiologicamente radiopaca, associada a um dente restaurado ou sob trauma. A aparência radiológica mantém-se após remoção do dente associado.

Objectivo

Analisar estatisticamente as lesões de osteíte condensante observadas em ortopantomografia na consulta de Triagem/Urgência da clínica universitária do I.S.C.S.E.M.

Materiais e métodos

Estudo observacional. O grupo de estudo inclui todos os pacientes da consulta de triagem entre os meses de Janeiro e Dezembro de 2011, perfazendo o total de 1947 doentes. Foram realizadas tabelas de frequência de acordo com: sexo, idade, localização, presença/ausência de parestesia, quadrante. Espaços edêntulos e dentes não vitais não foram considerados. as aproximações foram feitas às centésimas.

Resultados

Foi definida uma amostra de 62 doentes (3,2% dos casos). Os pacientes deste estudo não apresentaram lesões na maxila. Os dentes mais frequentemente afectados foram molares (53,23%) e pré-molares (43,54%), mais especificamente o dente 46 (20,97%), o dente 45 (19,35%) e o dente 36 (16,13%). Registados 2 casos em caninos (3,23%). O 4º quadrante apresentou maior incidência (54,84%) comparativamente ao 3º quadrante (45,16%). Não foram verificados casos de parestesia. A média de idades foi de 39,1 anos.

Conclusões

A osteíte condensante é frequente. Os dentes molares são mais frequentemente associados à patologia. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre indivíduos de sexo diferente.

Implicações clínicas

Recomenda-se tratamento etiológico da inflamação pulpar ou trauma oclusal. Noutros casos, deverá considerar-se a biopsia e o diagnóstico diferencial deve incluir displasia cimento-óssea periapical, osteoma, cimentoblastoma, osteoblastoma, hipercimentose e odontoma complexo. A biopsia óssea é um procedimento invasivo cuja técnica envolve perca óssea vertical e horizontal, obrigando a procedimentos cirúrgicos adicionais para reabilitação da área.