Tratamento cirúrgico da peri-implantite com xenoenxerto e L-PRF

Comunicação de casos clínicos em periodontologia, por Orlando Martins e Sérgio Matos

Autores
Orlando Martins Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sérgio Matos Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Sala 1, 08/11/2018 (16h10), comunicação nº14 Candidato a prémio

Objetivo: Apresentar um caso clínico de tratamento cirúrgico de peri-implantite com fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF) e xenoenxerto.
Apresentação do Caso Clínico: Paciente saudável, não-fumador, apresentava uma peri-implantite (#14) (NobelReplace, 4.3×13, Nobelbiocare, Switzerland) (PS= 8mm + HS (DV+DP) + perda óssea radiográfica (4.4±0.8mm)). Previamente à cirurgia realizou-se uma venipunctura para preparar membranas de L-PRF (Choukroun et al. 2001). Realizou-se um retalho mucoperiósteo expondo o defeito peri-implantar. Descontaminou-se o implante com cureta de titânio e jato de ar-glicina. Preparou-se um bloco de xenoenxerto (Creos xenogain®, NobelBiocare) com exsudato e L-PRF. Este foi aplicado no defeito peri-implantar tendo sido recoberta por membranas de L-PRF. O retalho foi suturado (Polipropileno 5/0) e o implante deixado submerso.
Resultados: Cerca de 4.5 meses após a cirurgia radiograficamente obteve-se a quase total resolução do componente intra-ósseo (0.50±0.7mm) e algum preenchimento do componente supra-ósseo do defeito.
Discussão: O tratamento regenerativo de peri-implantites necessita de maior investigação (Schwarz et al. 2015). Um descontaminação eficaz sem causar alterações da superfície do implante é crucial para o sucesso, apresentando o jato de ar com glicina essas característica (Schwarz et al., 2016, Sahrmann et al., 2015). A utilização de xenoenxerto provou ser eficaz em defeitos menos exigentes (Schwarz et al., 2006) e o L-PRF demonstrou possuir capacidade regenerativa em periodontologia (Castro et al., 2017). A utilização de um bloco de L-PRF/xenoenxerto permite uma maior estabilidade do biomaterial sendo adequado para defeitos peri-implantares mais exigentes.
Conclusões: No presente caso clínico obteve-se a resolução radiográfica do defeito peri-implantar biologicamente mais exigente.