Comunicação oral > Investigação > Ortodontia
José Pedro Martinho
Universidade de Coimbra
Introdução e objetivos
A aplicação de forças ortodônticas à polpa tem efeitos ainda pouco conhecidos. Como as células estaminais da polpa dentária (DPSC) são responsáveis pela manutenção da sua homeostase, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da aplicação destas forças nesta população celular.
Materiais e métodos
Pré-molares sujeitos a forças ortodônticas foram divididos em 4 grupos (T0 controlo, 1 semana T1, 2 semanas T2 e 3 semanas T3) para estudo histológico e de imunohistoquímica com anticorpos específicos para células estaminais.
Resultados
Relativamente a T0, em T1 houve um aumento na vascularização e formação de dentina terciária (osteodentina). Em T2 observaram-se pulpólitos em algumas amostras já não visíveis em T3. Em T3 o aspeto da polpa era similar à de T0. Apenas em T1 foi observada a expressão de Oct3/4 e Nanog na região sub-odontoblástica.
Discussão
A observação da expressão de Oct3/4 e Nanog à 1ª semana parece indicar que o sistema responde à agressão “força ortodôntica” com a proliferação das DPSC. A não observação de expressão à 2ª semana parece indiciar que, nesta altura, as DPSC se terão diferenciado protetivamente em células capazes de produzirem tecidos mineralizados. À 3ª semana tudo indica que o sistema pulpar já se encontra em reparação.
Conclusões
Como mecanismo de sobrevivência, a polpa responde à agressão primeiro com proliferação e depois com diferenciação das DPSC em células sintetizadoras de tecidos duros. Há necessidade de estudos com reativação da polpa.
Implicações clínicas
Formação de pulpólitos e osteodentina poderá eventualmente produzir perda de vitalidade pulpar.