Comunicação oral > Casos clínicos > Endodontia
Isabel Maria Magalhães
Universidade de Lisboa
Descrição
Paciente com 8 anos de idade observado após 3 dias duma fratura de esmalte – dentina – polpa dos dois incisivos centrais superiores. O paciente negou existência de dor espontânea. No exame objetivo intraoral foram diagnosticadas exposições pulpares em ambos os incisivos, percussão ligeiramente dolorosa, sem queixas à palpação, ausência de bolsas periodontais superiores a 3mm, mobilidade classe I e resposta positiva ao teste ao frio em ambos os incisivos. No exame radiográfico não se identificaram fraturas radiculares nem radiolucências periradiculares. Após anestesia foi realizada a pulpotomia parcial com broca diamantada. A hemorragia foi controlada com água e subsequentemente aplicou-se MTA. Após 10 minutos aplicou-se por cima do MTA um ionómero de vidro e o paciente foi dispensado. Decorridas 2 semanas o paciente encontrava-se assintomático e com resposta positiva ao teste ao frio. Realizou-se a remoção parcial do ionómero de vidro e foi realizada a restauração direta a compósito. Nas consultas de controlo aos 6 meses, 1 ano e 2 anos, o doente permaneceu assintomático e sem evidência de lesões radiolúcidas nos exames radiográficos.
Discussão
As orientações terapêuticas da associação dentária de traumatologia internacional privilegiam a terapia pulpar vital nesta situação clinica. Segundo Cvek 1978 e Cvek e col. 1982 nem o intervalo de tempo decorrido após o trauma, nem o tamanho da exposição dentária afetam o prognóstico deste tratamento.
Conclusões
Exposições pulpares traumáticas podem ser tratadas com sucesso através do método descrito. Este método tem a vantagem de manter o feixe vasculo-nervoso permitindo a normal formação radicular.