O professor Jorge Simões, que também é o presidente do Conselho Nacional de Saúde, liderou uma equipa de investigadores portugueses que analisaram os 10 anos do programa cheque dentista.

Lançado em 2008, o programa já abrangeu 3,3 milhões de portugueses, num investimento que ultrapassa os 132 milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Simões afirmou que “o cheque-dentista provou ser uma reforma inovadora” devido a um “grande consenso entre todas as partes interessadas, permitindo a liberdade de escolha dos utentes e respondendo à necessidade de aumento do acesso da população à saúde oral”.

Para o professor catedrático, a população abrangida é “um dos aspetos mais positivos” do programa que “deve orgulhar os políticos que tomaram esta decisão, os técnicos que se envolveram em todo este processo e os portugueses que têm à sua disposição um instrumento que até 2008 não existia”.

No balanço de Correia de Campos, ministro da Saúde na altura em que o cheque dentista foi lançado, a decisão política “mais difícil e mais importante” foi a construção do sistema.

“Entendi que seria um desperdício” criar consultórios de saúde oral no SNS porque já existiam em “quantidade muito abundante” e havia dentistas “bem formados, bem treinados e em grande quantidade”. Portanto, “não fazia sentido o Estado investir milhões de euros a montar instalações” e a recrutar profissionais.

À Lusa, Correia de Campos salientou ainda a importância do bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, para a construção do sistema, assim como do professor Jorge Simões, o “patrono da ideia”, na altura na Universidade de Aveiro, entidade a quem o Ministério da Saúde encomendou o sistema informático, e de Rui Calado, da Direção-Geral da Saúde.

Aceda ao Health Policy Journal e consulte o artigo sobre o cheque dentista (pdf).