Foi na semana em que decorreu a Expodental, de 10 a 12 de março, que o Consejo General de Dentistas divulgou os dados que constam do Libro Blanco de la Salud Bucodental e que mostram que metade da população do país vizinho nunca vai ao dentista. Foram ainda divulgados os resultados do Observatório de Saúde Oral, um programa que integra uma rede de 150 médicos dentistas que analisaram a saúde oral da população espanhola e o estado da profissão.

Dentes sensíveis (19%), cáries não tratadas (15%) e gengivite (15%) são os principais problemas orais que afetam os espanhóis, segundo o documento que assenta na análise desenvolvida pelos profissionais que participam no programa e que foram entrevistados trimestralmente. Quanto aos hábitos de higiene oral, conclui-se que 80% dos espanhóis escovam os dentes no mínimo duas vezes por dia, sendo que a frequência é maior entre as mulheres (86%, enquanto nos homens se situa nos 74%).

Em relação à profissão, o Observatório de Saúde Oral indica que os médicos dentistas espanhóis trabalham em média 120 horas por mês. Mensalmente são atendidos, em média, 190 pacientes, sendo que seis em cada dez são mulheres e, destas, 3,5% estão grávidas. As crianças com menos de sete anos e os adultos com mais de 65 anos são os grupos que menos consultam o médico dentista. Por outro lado, os profissionais espanhóis passam 60% do seu tempo clínico em tratamentos e 40% em cuidados preventivos e check-ups.

Apesar das previsões de inverno da Comissão Europeia apontarem para um crescimento da economia espanhola em 2,8%, em 2016, sete em cada 10 profissionais acreditam que a crise dos últimos anos afetou muito ou bastante a disponibilidade das famílias para realizarem determinados tratamentos. Aliás, no ano passado, os pacientes procuravam sobretudo os tratamentos mais simples. Já os implantes dentários e estética têm sofrido uma quebra de superior a 22%. Motivos que levaram um em cada quatro médicos dentistas a referir que teve uma redução significativa do seu rendimento, em 2015.

O Observatório de Saúde Oral tem como objetivo alertar os cidadãos espanhóis para a importância de uma boa saúde oral e emitir uma série de indicadores que permitam identificar os pontos fortes e as dificuldades do setor. Ao invés do Barómetro de Saúde Oral da OMD, o Observatório de Saúde Oral do Consejo General de Dentistas está direcionado para a classe, uma vez que são auscultados os médicos dentistas. No caso português, as entrevistas são dirigidas à população, tendo-se concluído no ano passado que 46,7% dos portugueses não consultam um médico dentista há mais de um ano.

Consultar o Barómetro de Saúde Oral do Consejo General de Dentistas (pdf).