Um estudo realizado nos EUA demonstra que os médicos dentistas podem ter um papel decisivo no rastreio de doenças crónicas, com benefício para o controlo dos doentes e garantindo poupanças significativas para o Estado.

Publicado no American Journal of Public Health, os autores do estudo salientam que rastreios a doenças como a diabetes, a hipertensão ou o colesterol, entre outras, em consultórios de médicos dentistas podem levar a poupanças que variam entre os 40 e os 100 milhões de dólares por ano.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, explica que ”todos os médicos dentistas têm uma ficha com informações sobre o estado de saúde dos seus pacientes que vão atualizando nas consultas. As consultas ao médico dentista são das mais regulares, habitualmente os doentes têm consultas semestrais ou anuais, há por isso uma regularidade que não se verifica noutras especialidades médicas. O que este estudo salienta é que esta regularidade pode ajudar a detetar e a controlar as doenças crónicas.”

Orlando Monteiro da Silva revela que “este estudo está em linha com o que tem sido defendido pela Organização Mundial de Saúde que tem procurado alertar para as vantagens de especialidades médicas, como a medicina dentária, seguirem doentes crónicos. Diabetes, doenças cardiovasculares, insuficiência renal ou hipertensão são algumas das doenças que têm efeitos na saúde oral e requerem por isso um acompanhamento ainda mais atento por parte do médico dentista, o que ajuda o doente a controlar a doença. A monitorização permite detetar alterações precoces, contribuindo sem dúvida para poupanças a médio e longo prazo, quer para o doente quer para o Estado”.

O estudo publicado no American Journal of Public Health recomenda que todos os pacientes com mais de 40 anos devem ser monitorizados pelos médicos dentistas, o que pode ainda contribuir para aumentar o número de doentes diagnosticados.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas refere “apenas dois exemplos, que nos devem alarmar a todos, em Portugal, 40% dos diabéticos não estão diagnosticados e o mesmo acontece com 50% dos hipertensos.”

Para mais informação sobre doenças crónicas, consulte o Manual de intervenção para as doenças crónicas disponibilizado pela Ordem dos Médicos Dentistas.